quarta-feira, 2 de março de 2016

Artigo de Opinião

Este fim-de-semana disputam as final-fours de três competições distritais AFC, precisamente nos três mais altos escalões: Taça de Honra de Seniores Masculinos, Taça Distrital de Seniores Femininos e Taça Distrital de Juniores Masculinos.
 
 

Há várias questões que me merecem total reflexão, do ponto de vista meramente pessoal e individual.

1) simultaniedade de eventos
No domingo quem gosta de futsal terá que optar: 15h00, 16h30, 18h30 em Soure, Tábua e Condeixa. Impssível alguém estar nas três finais. Acho portanto que se trata de sectarização. Afinal as quatro equipas de Seniores Femininos nem sequer têm os outros dois escalões em causa pelo que irão ter o seu mundo, o seu público à parte na final de domingo. Isto é positivo? Isto é benéfico para a modalidade em geral e para o futsal feminino em particular?!
No sábado de tarde algo semelhante: jogos do campeonato de Seniores e da Taça de Encerramento de Iniciados a decorrer em simultâneo com as meias-finais da Taça de Honra? No sábado de manhã Infantis e Benjamins a competirem ao mesmo tempo que se jogam as meias-finais de Juniores em Soure. Exemplo: Domus terá Iniciados às 10h na Figueira da Foz e Infantis às 11h na Lamarosa, nós São João teremos os Infantis às 11h em casa e os Benjamins às 12h na Palheira e a Casa do Povo terá os seus Infantis às 11h em Lordemão e os Benjamins à mesma hora em Penacova. Será possível para estes atletas, pais, treinadores e demais agentes desportivos ver o Chelo-Domus às 10h e o Miranda-São João às 12h em Soure da Taça de Juniores? Não me parece. Portanto que valorização traz isto a uma competição? Que público vai isto trazer a um pavilhão? Qual o sentido de tudo isto afinal?
  
2) pavilhões
Aplaudo Tábua porque é descentralizadora.
Agora Condeixa? Para jogos de Seniores Masculinos? Bem sei que o piso agora é de madeira, bem sei que é um pavilhão funcional e bem conservado. Mas quantas pessoas levará? 100? 200? No máximo. Com quatro equipas a jogar praticamente em simultâneo, com as massas adeptas esperadas, com o expetável fluxo de amantes da modalidade irão haver certamente constragimentos para lidar.
E por fim Soure. Depois de Juvenis e Iniciados terceira Final-Four no concelho de Soure. Tudo bem com isso. Não me chateia. Será um piso sintético o mais indicado para uma competição destas? E ainda há a mesma questão da lotação...
 
3) data da Taça de Honra
Acho completamente surreal. Nós São João estamos em plena fase nevrálgica da luta pela manutenção na Liga SportZone FPF, o Domus entra para a semana na fase de manutenções/descidas do CN 2ª Divisão FPF e quer a Casa do Povo quer a Prodeco estão em plena reta final da 1ª Fase da Divisão de Honra AFC. Qual é a ideia que esteve na génese desta competição? Qual era o timing? Passamos de Setembro em 2014 para Março em 2016? Com que propósito? Já nos Seniores Femininos aconteceu algo semelhante: a Académica e Santa Clara fizeram uma pausa na sua luta pelo título distrital e foram jogar à bola (também para Condeixa)...
 
4) promoção e valorização das provas
Além de todas as questão acima enunciadas não entendo o fraco (ou inexistente quase) marketing à volta das provas. Não há uma cobertura das mesmas, não há nenhum trabalho audiovisual antes, durante ou depois, não há nenhuma ação que faça crer que isto realmente importe para alguma coisa. Metam os olhos na AFA TV por exemplo, temos que copiar e seguir os bons exemplos.

5) arbitragem
No meio de tantos jogos decisivos, de tantas competições importantes e com a sua ocorrência em simultâneo haverá recursos humanos para tanto encontro? Haverá recursos humanos com competência para os grandes jogos? Lembro que esta época até nos Benjamins as Final-Fours exigem a presença de 2 árbitros de jogo, 1 terceiro árbitro e 1 cronometrista. É só fazer contas por alto e perceber que até neste campo vai ser exigido um esforço e um desdobramento para além do normal e aconselhável aos árbitros e árbitras do nosso distrito.
 
 
A minha reputação já me precede. Haverá sempre mais gente a não gostar de mim do que o inverso. Portanto sinto-me na liberdade - sem pôr em causa todo o trabalho desenvolvido - de lançar a discussão e deixar para análise e reflexão algo que está a acontecer e que teimamos em olhar de soslaio e deixar passar despercebido.
 
2 de Março de 2016
Alcides Lopes

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