sexta-feira, 8 de outubro de 2021

"Para todas as raparigas que gostam de jogar à bola mas que têm vergonha ou que alguém lhes diz que não podem porque são raparigas: experimentem e nunca desistam!"




Prosseguimos esta sexta-feira com mais uma sessão de entrevistas descontraídas procurando aproximar ainda mais a família São João.
Avançamos com a rubrica com três das nossas craques femininas: Renata (Iniciados) e a Catarina e a Duda (Infantis) todas elas com já várias épocas de Centro Social de São João ao peito.
Uma conversa relaxada e que dá a conhecer um pouco mais as três craques.



·      Começando pelo início como se proporcionou o teu ingresso no CSSJ?

Renata Caeiro: Desde pequena que já gostava de jogar à bola, entretanto tinha um primo que jogava no CSJJ e na altura o clube tinha seniores femininos e percebi que também poderia vir a jogar, logo decidi experimentar.

Catarina Bastos: O meu ingresso no CCSJ foi por o meu irmão já ser jogador de futsal nesse clube. Sempre gostei de jogar à bola desde pequena.

Maria Eduarda: Eu comecei com 6 anos, não foi muito difícil me adaptar, pelo contrário foi fácil, naquele momento estava nervosa porque não conhecia quase ninguém e como era rapariga era um pouco mais difícil.

 



·      Porquê o Futsal?

Renata Caeiro: É um pouco difícil responder a esta pergunta, especialmente porque comecei a jogar muito cedo –com 5 anos -  e nessa altura não me via a jogar futebol, por isso optei pelo futsal, que agora entendo como sendo um jogo muito calculista e que não são apenas 5 jogadores a meter uma bola numa baliza, exige muita cabeça. Além disso Portugal tem feito conquistas históricas nesta modalidade e isso motiva-me.

Catarina Bastos: Escolhi o futsal porque quando via o meu irmão a jogar gostava muito de ver e comecei a gostar de jogar.

Maria Eduarda: Eu escolhi o futsal porque é um jogo que gosto desde pequenina, é um desporto incrível e sinto-me bem a jogar.


 


·      O que é que o futsal te faz sentir?

Renata Caeiro: Faz-me abstrair do exterior, dos problemas ou mesmo da escola, naquele momento sou apenas eu, a minha equipa e a bola e nada de fora interfere.

Catarina Bastos: O futsal faz-me sentir muito feliz principalmente quando jogo.

Maria Eduarda: O futsal faz-me sentir livre, ajuda-me a mostrar que o deporto não é só para homens e que as mulheres têm muita capacidade para jogar. 




·      É fácil conciliar a escola e a prática de desporto, neste caso o futsal?

Renata Caeiro: Nem sempre, às vezes é dificil conciliar tudo porque há dias que saio tarde da escola, com muitos TPCs para fazer e ainda tenho treino, para não falar dos fins de semana em que às vezes é preciso estudar e tenho jogos. No entanto é algo que não me importo e com organização e força de vontade tudo se faz. 

Catarina Bastos: Sim é fácil de conciliar a escola e a prática do desporto.

Maria Eduarda: Sim eu gosto muito da escola e do futsal, nos dias de treino chego a casa e faço logo os T.P.C para depois já estar mais descansada e no dia a seguir estou muito bem disposta e faço o meu dia a dia. 



·      Sendo rapariga, num desporto maioritariamente de rapazes, quais as maiores dificuldades, se é que as sentiste, até agora?

Renata Caeiro: Neste momento não sinto essas difiuldades porque estou inserida neste grupo há muitos anos e já temos todos uma idade e uma mentalidade um bocado diferente; no entanto,no ínicio, quando comecei a praticar haviam mais 2 raparigas a jogar então não foi muito dificil, mas depois elas sairam e acabei por me sentir um pouco excluída porque eu achava que como era rapariga não tinha tantas capacidades como os rapazes, e isso fez-me trabalhar o dobro para mostrar que também merecia estar ali, não só para provar aos outros mas principalmente a mim própria. 

Catarina Bastos: As maiores dificuldades foi ao início que ninguém me passava a bola, mas ao passar do tempo foi melhorando e já me passam a bola.

Maria Eduarda: Nenhumas, o futsal para mim é um desporto tanto masculino como feminino, claro que sempre tive mais rapazes na equipa mas isso não deixou com que eu não pudesse seguir o meu sonho de jogar futsal.




·      Já sentiste algum tipo de discriminação de colegas de equipa ou de outras equipas por seres rapariga?

Renata Caeiro: Pelos meus colegas de equipa nunca, apesar de eles serem rapazes e eu a única rapariga eles sempre foram muito simpáticos comigo dentro e fora das 4 linhas. Por parte de outras equipas, especificamente por claques dessas, já ouvi alguns comentários negativos e insultuosos por ser rapariga.

Catarina Bastos: Não isso nunca aconteceu, mesmo sendo rapariga sempre me respeitaram.

Maria Eduarda: Não, como já disse sempre me trataram bem e é uma questão de habituação porque ao longo do tempo, vamo-nos conhecendo e habituamo-nos. 




·      Vês-te a jogar futsal durante muito tempo?

Renata Caeiro: Sim, tenho alguns objetivos e pretendo concretizá-los.

Catarina Bastos: Sim, eu gosto muito de jogar e vou tentar jogar até ao fim.

Maria Eduarda: Sim, futsal é uma coisa que eu adoro e quero jogar por muitos mais anos.




·      Desde que começas-te no futsal quem foi a pessoa que mais te marcou?

Renata Caeiro: Prefiro não responder a esta questão.

Catarina Bastos: Desde o início quem me marcou mais foi o meu primeiro treinador que me ensinou que sei hoje de futsal.

Maria Eduarda: A pessoa que mais me marcou até agora foi o Leandro Costa que foi o meu primeiro treinador e quem me ajudou muito no começo e a habituar-me.




·      Como analisas o teu percurso no CSSJ? 

Renata Caeiro: No geral acho que foi um percurso positivo onde tenho vindo a evoluir e a aprender ao longo dos anos, mas não vou mentir, nem sempre foi fácil e houve alturas em que me apeteceu desistir. No entanto é algo que me trará sempre boas recordações.

Catarina Bastos: Foi um percurso normal, com muitas melhorias e com muitas aprendizagens que não vou esquecer.

Maria Eduarda: O meu percurso até agora foi muito bom e espero que continue.




·      Quais os teus desejos/ambições para o futuro do ponto de vista desportivo e académico?

Renata Caeiro: A nível desportivo o objetivo é continuar a evoluir e chegar o mais longe possível, crescendo também enquanto pessoa. A nível académico pretendo continuar os estudos, no futuro tirar um curso superior e se possível conciliar ambas as coisas. 

Catarina Bastos: Quero continuar quer a nível desportivo quer a nível académico até onde a minha vida me proporcionar.

Maria Eduarda: Um desejo é ser uma das melhores jogadoras do mundo e vou trabalhar para isso e tenciono ser fisioterapeuta.

 



·      Para ti o que significa o Centro Social de São João?

Renata Caeiro: Para mim é uma 2ª família, uma 2ª casa, foi onde passei e passo muito tempo das minhas semanas e independentemente do que o futuro reservar vai ser sempre o clube que me fez crescer enquanto jogadora e enquanto pessoa e terá sempre um lugar muito especial na minha vida. 

Catarina Bastos: Para mim o Centro Social de São João é um sítio onde me sinto bem, onde tenho e amigos e onde vou ser muito feliz.

Maria Eduarda: Para mim o Centro Social São João é um sítio muito importante e marcante na minha vida porque foi onde comecei a minha carreira e a fazer o meu desporto favorito.



·      Por fim deixa uma palavra para os nossos sócios e simpatizantes e para os adeptos da modalidade em geral.

Renata Caeiro: Para os sócios e simpatizantes: é uma honra representar o CSSJ.

O futsal é uma modalidade que tem vindo a crescer muito nos últimos anos e cada vez mais o estereótipo de que é apenas um desporto para rapazes está a diminuir, pelo que o importante é nunca desistir e continuar a lutar pela igualdade que merecemos. Para todas as raparigas que gostam de jogar à bola mas que têm vergonha ou que alguém lhes diz que não podem porque são raparigas: experimentem e nunca desistam. 

Obrigada!

Catarina Bastos: Obrigado por todo o apoio e por nunca desistirem de nós!

Maria Eduarda: Se gostas do futsal, vem jogar, vem experimentar e confia em ti porque acima de tudo estás a fazer uma coisa que gostas e dá-te muita confiança e alegria coisas que são uma ajuda na nossa vida.

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